Dia Internacional das Pessoas Ciganas – 2024

O aumento significativo do número de alunos de etnia no Agrupamento de Escolas Montelongo é uma realidade cultural muito enriquecedora, para toda a comunidade educativa e, neste sentido, quiseram associar-se duas representantes oficiais do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e do Programa Escolhas, que muito nos honraram com a sua presença.

Por conseguinte, no Dia Internacional das Pessoas Ciganas, 8 de abril, foi desenhado um conjunto de atividades, em articulação com o Projeto Ei!, destacando-se: a Exposição de Fotografia, subordinada ao tema «Um Novo Olhar» que esteve patente de 8 a 12 de Abril, na Sala 249; o «Jogo da Linha» e o Concerto por Misael Santos (Antigo Aluno).

Para saber +

João Silva, Projeto Ei!

 

O Dia Internacional das Pessoas Ciganas (ou Dia Internacional dos Ciganos) celebra-se, anualmente, a 8 de abril. Esta data foi criada no Primeiro Congresso Mundial Romani, em Londres.

QUAL É O OBJETIVO?

É uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre os desafios que as pessoas ciganas enfrentam, como discriminação, marginalização e exclusão social, e para promover a inclusão e o respeito pela sua cultura, história e identidade. Este dia também serve como uma plataforma para destacar a necessidade de medidas concretas, para combater o preconceito e a discriminação contra as pessoas ciganas e promover a sua plena participação na sociedade.

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE O POVO CIGANO

Hoje em dia, estima-se a população cigana portuguesa entre 50 000 e 100 000 indivíduos.

Na Península Ibérica, o povo cigano fala entre ele uma língua chamada Caló, que mantêm desconhecida dos não ciganos. O Calóé uma língua derivada do Romani, falada pelas pessoas de etnia cigana que vivem no resto da Europa.

   

HISTÓRIA DO POVO CIGANO

A cultura cigana é ágrafa: transmite-se entre gerações apenas pela palavra. Existem assim pouquíssimos registos históricos referentes a este povo, todos eles relativamente recentes e oriundos da cultura maioritária.

Os poucos elementos que dispomos então para o estudo da história do povo cigano são a sua língua, as suas lendas, os seus hábitos. Diz-se que este povo constituía uma casta indiana que saiu do Norte da Índia, por volta do século X, e começou uma viagem que iria durar cerca de 500 anos, até os seus descendentes se fixarem em diferentes partes da Europa.

Não se sabe com certeza se os ciganos chegaram à Península Ibérica pelo Sul (Norte de África) ou pelo Norte (França).

É no século XV que um ou vários grupos de ciganos entram na Península Ibérica. Várias teorias são avançadas para explicar a sua entrada em Portugal: uma delas é que teriam sido convidados a entreter a corte real. É a partir do século XVI que começam as animosidades e perseguições contra os ciganos. Em toda a Europa, verificam-se políticas incoerentes que oscilam entre a assimilação forçada e a rejeição total deste povo, indo até à expulsão do território ou mesmo a condenação à morte. Contudo, estas políticas apenas encontraram o fracasso: os ciganos mantiveram quer a sua residência em todos os países da Europa, quer muitas das suas tradições culturais.

Acompanhando a tendência europeia, identificam-se também no povo cigano importantes fluxos migratório para a América, nos séculos XVIII e XIX.

Durante o Século XX, a perseguição mostra-se cada vez mais rígida e culmina, a nível europeu, nos anos 1940, com o genocídio nazi.

A História do Povo Cigano é mais a história das perseguições e discriminações de que eles foram alvo. Hodiernamente, ainda se repetem alguns destes actos, e Portugal não difere de outros países europeus. O nomadismo forçado é uma das formas de discriminação actual, talvez a mais radical, continuando a existir actos ou atitudes isolados de racismo e discriminação racial que, acumulados e vivenciados, durante a vida inteira, põem em causa todo processo ou mesmo tentativa de integração social.