Gestão curricular da educação pré-escolar
As Orientações Curriculares para a educação pré-escolar (OCEPE) são o ponto de apoio para a prática pedagógica do educador que é o construtor e o gestor do seu próprio currículo, atendendo aos saberes das crianças, das suas famílias, e às solicitações da comunidade e de outros níveis de ensino.
“Pretende-se que as Orientações Curriculares para a educação pré-escolar sejam “um ponto de apoio” para uma educação pré-escolar enquanto primeira etapa da educação básica, estrutura de suporte de uma educação que se desenvolve ao longo da vida. Poderão contribuir para que a educação de qualidade se torne motor de cidadania, alicerce de uma vida social, emocional e intelectual, que seja um todo integrado e dinâmico para todas as crianças”.
Tendo em conta a realidade da população da educação pré-escolar, o currículo é adaptado ao seu contexto atendendo aos saberes, competências, valores e afetos. Potencializar-se-á o respeito pelo educando como ser único, o que pressupõe uma pedagogia diferenciada, centrada na cooperação e ainda a construção articulada do saber, que implica uma abordagem globalizante e integrada das diferentes áreas a contemplar. As crianças são chamadas a participar ativamente na planificação das suas aprendizagens.
Orientações Curriculares para a educação pré-escolar
As Orientações Curriculares para a educação pré-escolar assentam nos seguintes fundamentos articulados:
- O desenvolvimento e a aprendizagem como vertentes indissociáveis;
- O reconhecimento da criança como sujeito do processo educativo, o que significa partir do que a criança já sabe e valorizar os seus saberes como fundamento de novas aprendizagens;
- A construção articulada do saber, o que implica que as diferentes áreas a contemplar não deverão ser vistas como compartimentos estanques, mas abordadas de uma forma globalizante e integrada;
- A exigência de resposta a todas as crianças, o que pressupõe uma pedagogia diferenciada, centrada na cooperação, em que cada criança beneficia do processo educativo desenvolvido com o grupo.
Áreas de conteúdo
… “Consideram-se as “áreas de conteúdo” como âmbitos de saber, com uma estrutura própria e com pertinência sociocultural, que incluem diferentes tipos de aprendizagem, não apenas conhecimentos, mas também atitudes, disposições e saberes-fazer. Deste modo, a criança realiza aprendizagens com sentido, sendo capaz de as utilizar noutras situações quotidianas, desenvolvendo atitudes positivas face às aprendizagens e criando disposições favoráveis para continuar a aprender. (…) A perspetiva holística, que caracteriza a aprendizagem da criança e que está subjacente ao brincar, estará também presente na abordagem das diferentes áreas de conteúdo. Ao brincar, as crianças vão-se apropriando de conceitos que lhes permitem dar sentido ao mundo e em que o/a educador/a pode reconhecer o contributo para a aprendizagem de diversos tipos de conhecimento, tais como, a língua, a matemática, as ciências. É esta curiosidade e interesse das crianças por explorar e compreender que dará progressivamente lugar à sua participação no desenvolvimento de projetos de aprendizagem mais complexos, que mobilizam diferentes áreas de conteúdo. Não há, assim, uma oposição, mas uma complementaridade e continuidade, entre o brincar e as aprendizagens a realizar nas diferentes áreas deconteúdo. Esta perspetiva de continuidade entre brincar e aprender articula-se com o reconhecimento da criança como sujeito e agente do processo educativo, que lhe garante o direito de ser escutada nas decisões relativas à sua aprendizagem e de participar no desenvolvimento do currículo. (… ) As áreas de conteúdo são, assim, referências a ter em conta na observação, planeamento e avaliação do processo educativo e não compartimentos estanques a serem abordados separadamente…”(Orientações curriculares (2016) – Ministério da Educação).
Áreas de conteúdo | Domínios | Subdomínios | Carga horária |
Formação Pessoal e Social | “ …Esta área corresponde a um processo que deverá favorecer, de acordo com as fases do desenvolvimento, a aquisição de espírito crítico e a interiorização de valores espirituais, estéticos, morais e cívicos. (…) tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.” | 25 horas letivas (Distribuídas considerando uma abordagem pedagógica de flexibilidade e articulação curricular) |
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Expressão e comunicação “…engloba as aprendizagens relacionadas com o desenvolvimento psicomotor e simbólico que determinam a compreensão e o progressivo domínio de diferentes formas de linguagem. (…) Podem diferenciar-se neste domínio cinco vertentes – expressão motora, expressão dramática/teatro, expressão plástica, expressão musical e dança – que têm a sua especificidade própria, mas que não podem ser vistas de forma totalmente independente, por se complementarem mutuamente (…)”. |
Educação Física | ||
Educação Artística | Artes visuais Jogo dramático/ Teatro Música Dança |
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Linguagem oral e abordagem à escrita | |||
Matemática | |||
Conhecimento do Mundo“… enraíza-se na curiosidade natural da criança e no seu desejo de saber e compreender porquê. Curiosidade que é fomentada e alargada na educação pré-escolar através de oportunidades de contatar com novas situações que são simultaneamente ocasiões de descoberta e de exploração do mundo” | Tecnologias da informação e comunicação |
Fundamentos da avaliação na Educação Pré-Escolar
A educação pré-escolar, tal como está estabelecido na Lei Quadro (Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro), destina- se, às crianças entre os 3 anos e a entrada na escolaridade obrigatória, sendo considerada como “a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida”. (Orientações curriculares (2016) – Ministério da Educação).
A educação Pré-Escolar tem especificidades às quais não se adequam as práticas e formas avaliativas utilizadas noutros níveis de ensino.
O/a educador observa, regista e documenta sobre o desenvolvimento do processo e das aprendizagens das crianças.
“A educação pré- escolar não envolve nem a classificação da aprendizagem da criança, nem o juízo de valor sobre a sua maneira de ser, centrando-se na documentação do processo e na descrição da sua aprendizagem, de modo a valorizar as suas formas de aprender e os seus progressos.” (Orientações curriculares (2016) – Ministério da Educação).
A avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa em cada nível de educação, o/a educador recolhe elementos para avaliar e refletir.
Esta avaliação será estruturada e resumida por escrito no final de cada momento intermédio, dando lugar no final do ano a uma síntese global de avaliação do projeto curricular de grupo e dos seus efeitos nas aprendizagens das crianças.
No final do ano será elaborada uma síntese das aprendizagens realizadas por cada criança, de modo a facilitar a transição e a continuidade entre a educação pré-escolar e o ensino obrigatório.
Áreas de Conteúdo | Especificidades da Avaliação | |
Formação Pessoal e Social | – Construção da identidade e da autoestima; – Independência e autonomia; – Consciência de si como aprendente; – Convivência democrática e cidadania. |
Processos de recolha de dados: Avaliação Diagnóstica |
Expressão e Comunicação Domínio da Educação Motora | - Cooperar em situações de jogo... - Dominar movimentos que implicam deslocamentos e equilíbrios… - Controlar movimentos de perícia e manipulação… |
Registos de observação:
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Expressão e Comunicação Domínio da Educação Artística | Subdomínio das Artes Visuais Subdomínio da Dramatização Subdomínio da Música Subdomínio da Dança |
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Expressão e Comunicação Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita | - Linguagem oral (Comunicação oral; Consciência linguística) - Abordagem á Escrita (Funcionalidade; Identificação; prazer e motivação) |
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Expressão e Comunicação Domínio da Matemática | – Números e Operações – Organização e Tratamento de Dados – Geometria e Medida – Interesse e Curiosidade pela matemática |
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Área do Conhecimento do Mundo | – Introdução à metodologia científica – Abordagem às Ciências – Mundo tecnológico e utilização das tecnologias |
Modalidades de Avaliação: |
Diagnóstica para planear a intervenção do educador e para a elaboração do projeto curricular de grupo Formativa (descritiva),” …sendo uma avaliação para a aprendizagem e não da aprendizagem.” |
Momentos de Avaliação: |
Os tempos dedicados à reflexão, debate e partilha da recolha de dados, são coincidentes com os períodos de avaliação estipulados para os outros níveis de ensino, por forma a permitir também a articulação entre os educadores de infância e os docentes do 1.º ciclo. No final de cada período são comunicados aos encarregados de educação os processos desenvolvidos e os progressos de aprendizagem de cada criança. Para os alunos que vão ingressar no 1.º ciclo, no final do ano letivo é elaborado um relatório, com a informação global das aprendizagens mais significativas adquiridas pela criança, em todas as Áreas de Conteúdo de acordo com as Orientações Curriculares. Esta informação faz parte do Processo Individual da Criança que acompanha o seu percurso escolar, de modo a proporcionar uma visão global da sua evolução e facilitar o seu acompanhamento e intervenção adequada. |
FUNDAMENTAÇÃO DAS OPÇÕES EDUCATIVAS
“… a forma como as crianças se relacionam consigo próprias, com os outros e com o mundo, num processo de desenvolvimento de atitudes, valores e disposições, constituem as bases de uma aprendizagem bem-sucedida ao longo da vida e de uma cidadania autónoma, consciente e solidária.” In Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar
O porquê deste projeto:
A Lei Quadro da Educação Pré-escolar estabelece como princípio geral que “a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo da educação ao longo da vida, sendo complementar da ação educativa da família, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário” Este princípio fundamenta os objetivos gerais definidos para a educação pré- escolar, sendo um deles o de promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a cidadania. Tendo em conta a faixa etária das crianças, foram definidos objetivos e atividades, que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas.
Objetivos Gerais
Desenvolver o respeito pelo outro e pelas suas opiniões, numa atitude de partilha e de responsabilidade social.
Respeitar a diversidade e solidarizar-se com os outros.
Desenvolver uma atitude crítica e interventiva relativamente ao que se passa no mundo que a rodeia.
Conhecer e valorizar manifestações do património natural e cultural, reconhecendo a necessidade da sua preservação.
Porquê e Para quê a Educação para a Cidadania? - Linhas Orientadoras
A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os problemas sentidos por cada um e pela sociedade. O exercício da cidadania implica, por parte de cada indivíduo e daqueles com quem interage, uma tomada de consciência, cuja evolução acompanha as dinâmicas de intervenção e transformação social. A cidadania traduz-se numa atitude e num comportamento, num modo de estar em sociedade que tem como referência os direitos humanos, nomeadamente os valores da igualdade, da democracia e da justiça social. Enquanto processo educativo, a educação para a cidadania visa contribuir para a formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo. A escola constitui um importante contexto para a aprendizagem e o exercício da cidadania e nela se refletem preocupações transversais à sociedade, que envolvem diferentes dimensões da educação para a cidadania, tais como: educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento sustentável; educação rodoviária; educação financeira; educação do consumidor; educação para o empreendedorismo; educação para a igualdade de género; educação intercultural; educação para o desenvolvimento; educação para a defesa e a segurança/educação para a paz; voluntariado; educação para os media; dimensão europeia da educação; educação para a saúde e a sexualidade. In: Direção-Geral da Educação
Projeto Curricular da Educação Pré-Escolar
Cidadania e Desenvolvimento
“Eu e o Mundo”
“ Os seres humanos desenvolvem-se e aprendem em interação com o mundo que as rodeia”
“A educação para a cidadania visa contribuir para a formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo, tendo como referência os valores dos direitos humanos.”
“O principal objetivo da Educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.” (Jean Piaget, Kdfrases.com)
“Mas então, para que serve um Jardim de Infância?
…Serve para alimentar a educação física como se fosse uma escadinha … serve para a educação visual, ajuda a distinguir olhar e ver; … serve para a educação musical, para ir do som à harmonia dos sons …, serve para brincar, porque quem não brinca fica fechado no seu mundo e, em vez de ficar amigo da diferença fica xenófobo e arrogante…, serve para escutar histórias e para as reproduzir, para ir da intriga à surpresa…, serve para conversar, todas as crianças para serem saudáveis têm de ser ruidosas na sala, de sujar, transpirar….
Os Jardins de Infância servem para as crianças socializarem, serve para alimentar a surpresa de transformar uma educadora numa…quase mãe.” (Sá Eduardo, in revista Pais &Filhos, 2015)
HORÁRIO DOS ESTABELECIMENTO DE ENSINO
De acordo com as necessidades dos Encarregados de Educação
Com Almoço (pagamento de acordo com os escalões do abono)
Transporte (nas freguesias) e Lanche gratuito (Disponibilizado pelos serviços Municipais)
ATIVIDADES EDUCATIVAS (Gratuitas)
Desenvolvimento das áreas Curriculares:
Conhecimento do Mundo
Formação Pessoal e Social
Expressões, (Linguagem, Matemática, Música, Psicomotricidade e Plástica)
ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO E APOIO À FAMÍLIA (AAAF) (Gratuitas)
Natação
Patinagem
Atividade Física e Desportiva
Música
Teatro
Semana de Praia no Final do Ano Letivo
JARDINS DE INFÂNCIA DESTE AGRUPAMENTO (13 SALAS)
Futuro Centro Educativo Montelongo
Centro Educativo Padre Joaquim Flores
EB/JI Medelo
EB/JI Moreira de Rei
EB/JI Paços
EB/JI Pequite
EB/JI Serafão
EB/JI Travassós.
EDUCADORAS
Ana Maria Andrade Conceição |
Ana Maria Correia Oliveira Aguiar |
Ana Paula de Campos Soares Pereira da Silva |
Cecília Maria Oliveira Gonçalves Torres |
Emília Maria Costa Soares |
Manuela Maria Costa Pereira de Castro |
Margarida Maria de Castro Oliveira |
Maria Armanda Magalhães Novais |
Maria Clara Freitas Moreira Gonçalves |
Maria da Conceição de C. L. Dantas Pinho Sousa |
Maria Emília Freitas Soares |
Maria Emília Mota Leite Martins |
Maria Fátima Alves Teixeira Leite |
Maria Fátima Pereira Oliveira Caldeira |
Maria José Pereira Gonçalves Marques |
Maria Manuela Oliveira Fernandes Moniz Rebelo |
Olga José Morais Rodrigues |
Olinda Leonor Magalhães Ferreira Leite Pereira |
Palmira Teresa Moreira Dias |
Rufina Madalena Aguiar Gonçalves |
Impressos e documentos
IMP.064_Critérios_Avaliação_Pré-Escolar
IMP.134_Plano_Aula_Pré-escolar
IMP.135_Autorização_Imagem_PE
IMP.136_Autorização_Saídas_esterior_PE
IMP.137_Grelha_Avaliação_Diagnóstica_PE
IMP.138_Ficha_caracterização_turma_PE
IMP.139_Programação_AAAF_PE
IMP.140_Programação_Geral_AAAF_PE
IMP.141_Grelha_Observação_PE
IMP.142_Evolução_avaliação_PE
IMP.143_Avaliação_1º e 2º Trimestre_PE
IMP.144_Avaliação_Final_ano_letivo_PE
Legislação
Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar;
b) Metas de Aprendizagem: www.metasaprendizagem.dgidc.min-edu.pt
c) Manual DQP - Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias
d) Perfil específico de desempenho profissional do educador de infância e do professor do 1.º ciclo do ensino básico (Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de Agosto)
e) Gestão do Currículo na Educação Pré-Escolar (Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007)